domingo, 16 de outubro de 2011

Novo vídeo sobre os bastidores de Amanhecer - Parte 1


Novo vídeo foi lançado esses dias na net com entrevistas exclusivas de Robert Pattinson, Kristen Stewart e Taylor Lautner sobre o filme e algumas cenas dos bastidores.

Confiram:



Entrevista com Demi Lovato






Demi Lovato esteve internada no início deste ano para cuidar de distúrbios alimentares e emocionais, e tem falado sobre o assunto de maneira bastante aberta. Em entrevista ao
 “Access Hollywood”, a cantora disse que no auge da doença, ela se sentia mal cinco
vezes por dia.
“Eu estava tão doente. Eu achava que suco de laranja me deixaria gorda”, revelou.
 Mas agora que está melhor, ela se sente na melhor fase de sua vida e muito saudável.
Em todo esse processo de recuperação, Demi contou com a ajuda de uma grande
amiga: Selena Gomez. A namorada de Justin Bieber ligou para a cantora enquanto
ela estava em tratamento e lhe deu todo o apoio possível. “Ela é realmente uma de
minhas melhores amigas e não importa o que aconteça, sempre seremos íntimas
 como irmãs”, elogiou.
Retirado do site:  http://www.pop.com.br/mundopop/noticias/celebridades/551423-Demi-Lovato-sobre-disturbio
-alimentar-Eu-achava-que-suco-de-laranja-me-deixaria-gorda.html

Frase do dia



 "A vaidade é um princípio de corrupção."
Machado de Assis

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Angel - Fanfic - 3º Capítulo

Vai aí mais um capítulo.






CAP.03
SO WHY YOU CAN’T YOU SEE…
YOU BELONG WITH ME
(N/A: ::soundtrack:: música 1) The Pretty Reckless – Heart
Ela paralisou. Esperei até ela engolir tudo.
Suspirei e ela me fitou de baixo, se repreendendo e depois suspirou também.
– Desculpa. – gaguejei. Ela me olhou. Desviei.
– Tudo bem, você tem razão...
– Razão? – fiz uma careta.
– É, sim... – ela pensou. Ela me olhou novamente, sustentando aquele olhar que eu sabia que não resistiria. Virei o rosto. – Você parece nervoso. – ela murmurou franzindo o cenho.
– Não é nada. – sorri, e logo desviei o olhar de novo.
Ela esperou, ainda me encarando.
Ela parou e fez uma careta e começou a me balançar.
– Ei! Eu estou aqui, olha pra mim. – ela fez uma careta, repreensiva.
A fitei incrédulo.
– Jully...
– O que? – ela parou, e ficou me analisando. – Por que você está nervoso?
– Não estou nervoso Jully, só que...
– Hum? Fala! – ela ordenou.
Tirei as mãos do casaco e, sem perceber, fui tocando nela.
Ela tirou os braços levemente e me encarou, fria.
Baixou a cabeça e engoliu em seco.
– Queria te beijar agora... – sussurrei.
Ela ficou com a cabeça baixa, já sabendo o que eu diria.
Quando levantou o rosto li sem querer seus pensamentos e saltei.
Fiquei errado e me afastei na hora.
– Kellan... você. – ela suspirou. Fez uma careta. – Você é um grande amigo pra mim, mas não sei se gosto de você realmente. Não queria arriscar, te magoar... Me magoar...
Beijei-a. Era tudo o que eu podia fazer naquela hora.
Calar sua boca com a minha. Tudo que eu podia e pensei foi isso.
Ela me empurrou e eu ofeguei rispidamente quando a soltei.
– KELLAN! – ela gritou, em um som cortado e quase rouco.
Ficou me encarando com uma cara atordoada e surpresa.
Desviei os olhos rapidamente até tomar coragem para encará-los.
– Desculpa. – gaguejei. Ela passou por mim num arranco e eu me virei pra puxar-la.
– Me solta! – ela berrou.
– Desculpa... Jully. Foi mal. Foi impulso. – eu gritava.
– Me larga! – ela entrecortou, tirando minha mão do seu braço em uma puxada feroz.
E voltou a me encarar, com a boca entreaberta.
– Pensei que você fosse diferente, que fosse meu amigo. O único amigo. Meu melhor amigo. – ela começou a chorar. Eu engoli em seco.
Ela se virou e saiu em passos largos.
– Espera! – comecei a correr atrás dela.
Ela deu uma olhada rápida para trás e fez uma careta, algo como Vá embora! e começou a quase correr.
– Jully! – berrei.
– Vai embora, me deixa! Saia!
Parei, deixando-a ir embora.
Baixei a cabeça e tudo que podia pensar era em como aquilo me fez sorrir por dentro.
“Eu estraguei tudo...”
“O que você fez?”
“Adam?”
“Eu. Ah! Pensei que tinha esquecido de mim por um minuto.”
“Não.”
“O que você fez Kell?”
“Nada...”
“Anda, fala logo cara.”
 Me virei, saindo.
“Não me diga... Ah! Cara, você beijou ela!?”
“Eu estraguei tudo.”
“Eu vi.”
“Você está fuçando minha cabeça, oh, Adam?”
“Não. Foi mal. Precisava ver o que tinha acontecido.”
“O que viu?”
“Pow! Cara, ela é linda! Você deu o maior beijo nela, ela deve ter ficado chateada! Kellan, você nem sabe chegar na garota cara...”
“Adam!” “Tá, foi mal.”

Bufei. Foi um fracasso, agora estraguei tudo, tudo de uma vez.
Agora ela nunca mais queria ver minha cara na vida. Agora a perdi completamente. Droga!
“Mas se ter que beijar-la for perder-la, então vou perder-la todo dia.”
“Ah cara! Isso ai! Pensei que tinha me expulsado da sua mente Kellan! É, vai atrás dela. Tenho até medo desses teus pensamentos Kell.”
 Ele riu e me fez rir também.
“Estou indo Adam!”
“É! Isso, vai atrás dela!”
“Não sei não... mas vou tentar.”

Três dias. Uma semana.
Passaram-se três dias, me faltava uma semana.
– E o que ela disse? – ela franziu o cenho enquanto mastigava o pedaço de alguma coisa.
Não respondi.
– Pensou que eu fosse um amigo diferente, me mandou ir embora, sair... – minha voz falhou. Engoli em seco.
– Calma Kell. Você tem que ter paciência com ela. Ela ainda não digeriu tudo, eu sabia que ela ia ficar assim. – ela parou pensando.
A fitei.
– Sabia? – franzi o cenho.
– Claro, claro que ela ia fugir. Você apareceu assim, do nada, dizendo que gostava dela e ainda a beijou. – ela sorriu na última parte, me fazendo uma careta.
– Er... – pigarreei.
Ela afagou meus cabelos.
– Vamos, se anime, já ela aparece ai e você vai ter que falar com ela. Vamos Kellan, levanta essa cabeça e sorri, cara, você conseguiu, a beijou! Era para você estar feliz, não ai, com essa cara de desânimo. – ela puxou meus cabelos pra cima.
– Ai! – gemi rindo.
Ela ficou séria. E acompanhei seu olhar...
– Vai. – ela sussurrou sorrindo.
Levantei e antes que pudesse dizer alguma palavra, ela passou por mim voando. Fiquei parado e me virei, incrédulo.
Ela nem olhou na minha cara.
– Kell...
– Não, tudo bem, eu já sabia. Eu já esperava que fosse assim. – baixei a cabeça. Suspirei.
– Olha, você vai atrás dela falar com ela. Você tem que saber, ela gosta de você, se não gostasse nunca teria saído e ido atrás de você como ela fez. Kellan, se tem uma coisa que posso dizer, confirmar, é que ela gosta de você também. Vai atrás dela agora...
– Ela nem olhou na minha cara. – a cortei.
Ela bufou.
– Bem, isso é verdade. Mas você tem que considerar que ela está fazendo tipo, chateada e com raiva por você ter atacado ela. – ela riu.
– Não vou atrás dela. – baixei a cabeça de novo.
Ela parou.
– O que? – ela gritou. – Você vai atrás dela agora! – ela se levantou e me empurrou com força a direção do pátio central. Por onde ela foi.
Comecei a rir.
– Não! – fiquei tentando olhar para ela por trás, mas ela continuava a me empurrar.
– Não vou atrás dela Lizz! Pára. – gargalhei, ela me fazia cócegas enquanto tentava me empurrar.
Ela desistiu e então me virei para fazer-la cócegas também.
Ela ria enquanto se debatia contra meus braços.
– Pára Kell! – ela balbuciava. – Eu só estava tentando te animar, te alegrar, para você ir atrás dela...
– Não! Você agora vai provar do próprio veneno. – eu ri.
– Ah! Eu sabia! – alguém gritou.
Me virei bruscamente. Sério.
– Jully? – franzi o cenho.
– Sabia que você só queria que eu fosse mais uma. O que? Ela é a primeira ou foi a segunda...
– Do que você está falando? – gritei.
– Disso! – ela fez um gesto com a mão.
A encarei, perplexo.
– A Lizz? A que tava me convencendo a ir atrás de você? – eu disse rispidamente.
Ela riu ironicamente.
– Não sou idiota. – ela murmurou, agora séria.
– Não, você só acha as coisas erradas onde não existe nada. – dei um passo.
Ela se afastou.
– Não se aproxime! – ela gritou.
– Vou deixar vocês dois pra resolverem isso. – sussurrou Lizz logo atrás de mim. Saindo.
– Não, você fica! – ela berrou.
Lizz parou e se virou incrédula.
– Por que tem que ser assim Jully? Não precisa disso, ela não tem nada haver. – me virei pra ela.
Ela passou as costas da mão nos olhos encharcados.
– Por quê? Por que você quer?
– Não, porque você me ama. – parei. Dessa vez quem chorava era eu. – Também. – engoli em seco. Ela também pareceu engolir em seco. Jully não respondeu. Se virou e foi saindo.
– Não venha atrás de mim! – ela falou se virando.


***
(N/A: ::soundtrack:: música 2) Sweitchfoot – You 
Era de manhã, outro dia. E meus olhos continuavam inchados.
– Droga! – resmunguei. O que diria para minha mãe? Que um cara simplesmente apareceu e me fez ficar completamente deprimida porque eu simplesmente não queria aceitar o fato de gostar dele? Não!
– Filha? – minha mãe gritava pela casa. Suspirei e dei uns segundos até me levantar.
Corri para o banheiro.
Ela abriu a porta num solavanco e depois a fechou.
Ufa! Suspirei.
Idiota! Sim, seu idiota! É tudo o que você é, você apareceu do nada e depois já estava com outra... Argh! Nunca devia ter confiado em você.


***
A vi chorando ontem a noite, li todos os seus desabafos, não porque queria ou porque precisava, mas porque eu ainda sou seu anjo.
Ela me chamou de todos os nomes possíveis e depois, quando já não mais pôde, apenas dormiu.
Engraçado, depois disso tudo, me peguei chorando com ela. Não porque eu sentia a sua dor, mas porque eu também chorava.
Hoje não a vi no colégio e nem encontrei com Lizzie.
Então corri para a porta para esperá-la, assim que chegasse iria prendê-la no portão e a obrigaria a responder.
Eu sabia, sabia que era verdade. Agora sim.
– Sai! – ela passou por mim correndo.
Peguei-a pelo braço e a fiz girar com força, se chocando contra mim.
– Não! Você não vai fugir de mim, não de novo! – murmurei ofegante.
Ela me encarou, surpresa.
– Me larga Kellan...
– Não, eu sei, você também. Você não me respondeu. – sorri meio torto.
Ela me olhou e depois desviou.
– Agora é sua vez, fala. – sussurrei enquanto fechava os olhos para esperar. Não queria que fugisse do controle de novo. Estava cada vez mais difícil ficar perto dela. Fechei os olhos e senti seu perfume, era como estar no céu de novo.
– Não vou falar nada, me solta. Preciso ir para a aula. – ela esperou, séria.
Abri os olhos e seu rosto estava comprimido.
– Você não me ama? – franzi o cenho suave. O sussurro foi tão baixo, que por um minuto achei que ela não tivesse ouvido. Mas ela ouviu. Aquilo foi a coisa mais difícil que eu fiz em toda minha vida.
– Me solta. – ela me olhou de baixo, seus olhos me fizeram ceder assim que os encontrei.
– Jully...
– Não me obrige. – ela parou enquanto se virava. – Não me obrigue a falar isso.
– Mas então não significou nada? Não significou nada para você? – minha voz falhou.
Ela não respondeu.
– Tchau. – ela murmurou e saiu.
Fui atrás.
– Jully! – gritei a puxando de novo para mim. Ela estava com uma carranca irreconhecível. – Desculpa. Mas eu...
– Tudo bem. Já passei por isso antes, não vou passar de novo. Só isso.
– Mas não sou igual aos outros caras, Jully! Eu te amo. – a balancei enquanto ela arregalava os olhos. – Eu nunca te faria sofrer, nunca te faria mal...
– Você já me fez sofrer. – ela me interrompeu, monótona.
– Não! Eu nunca te fiz, você que se precipitou a sofrer sozinha. – suspirei.
Ela sorriu.
– Então o que você quer? Não percebe que estamos na frente da escola em uma cena ridiculamente tosca? – ela mudou o rosto para a carranca de novo.
– Fala. – fechei os olhos.
– Não vou dizer nada. Me solte, por favor! – ela esperou.
Abri os olhos e me aproximei.
– Então vou fazer você dizer...
Encostei meus lábios e em um segundo já estava comprimindo seu corpo contra o meu incontrolavelmente.
Ela tentou me empurrar, sem chance.
Sorri ao lembrar que tinha o dobro de seu peso. Ela nunca conseguiria me tirar dela.
A soltei e antes que pudesse falar algo, ela me chutou no joelho.
– Ai! – fiz uma careta tocando meu joelho enquanto ela se afastava.
– Não me beije novamente Kellan! – ela estava chorando.
– Por quê? – levantei a encarando. – Por que isso te faz querer também? Por que você não consegue suportar o fato de gostar de mim tanto quanto eu? Porque você me olha do mesmo jeito que eu te olho? Por que você não quer que eu faça o mesmo que um dia alguém te fez? – minha voz falhou.
Ela parou.
Baixou a cabeça e passou as mãos nos olhos.
– Não... – ela suspirou. – Porque eu te amo. – ela começou a chorar de novo, enquanto levantava a cabeça. A fitei, surpreso. – Feliz? – Abri a boca, mas nenhum som saiu dela. – Está feliz porque você conseguiu? – ela arrumou a bolsa nas costas.
– Não...
– Hein? Fala Kellan! Responde! – ela partiu para cima de mim e começou a me empurrar.
– Você tem raiva de mim? – fiz uma careta.
– Eu te odeio! – ela gritou.
– Por que...
– Eu não quero nada. Será que é tão difícil assim... querer? Querer ir contra mim...
– É impossível Jully. – sorri. A prendi nos meus braços, em uma chave. – Não comigo aqui. – sorri e antes que a beijasse ela me empurrou, lutou contra minha força. Ela batia e me empurrava com força, mas não conseguia sair. Esperei até ela parar de se debater.
Então ela parou e me encarou, retraída.
– Acabou? – a fitei e depois a beijei de novo.


***
(N/A: ::soundtrack:: música 3) Jason Walker and Molly Reed – Down 
– Ele o que? – ela cuspiu a bala. Fiz uma careta, desviando o olhar. – Ele te beijou! – ela berrou.
Tasquei a mão na sua boca antes que alguém ouvisse.
– Está louca Allen? E se alguém ouviu, ou tivesse ouvido? – disse rispidamente.
– Ah, qual é Jully! – ela fez um bico. – Essa já é a segunda vez que um cara te beija na semana e você ai se preocupando...
– DEAM! – gritei e pus a mão na boca.
Ela parou.
– Que foi?
– Deam... E agora? – a olhei desesperada. – E agora Allen? O que eu faço? O que digo pra ele?
– Calma! Calma ai! – ela baixou meus braços.
A olhei angustiada.
Ela apenas me fitou, pensando.
– Você se esqueceu dele não foi? – ela sugeriu.
Baixei a cabeça.
Ela respirou fundo e me abraçou.
– Não o procure, deixe que ele venha atrás de você e conte a ele que você não o ama. Ele vai entender, se ele amar realmente você, vai entender. – ela sussurrou em meu ouvido.
– Ele vai sofrer! – balbuciei, chorando.
– Ele? Você que vai se não contar para ele! – ela acusou.
Limpei o rosto.
– Não vou contar. – disse, agora a fitando.

***
– Onde ela está? – berrei assim que avistei Lizz, sentada no muro da escadaria do pátio central. Estava a cinco metros dela.
Ela se virou urgente.
– Kellan? – ela murmurou fazendo uma careta.
– Lizz! – parei enquanto corria o mais rápido que podia.
Ela riu.
– Cadê a Jully? A viu? – atropelei ao chegar.
– Jully? – ela fez outra careta. – Está conversando com a amiga dela, subiu o corredor. – ela bufou monótona.
Não respondi.
– O que houve? – insinuei.
– Ham? O que?
– Você não parece bem... – toquei no seu rosto. – Esta abatida, parece que chorou...
– Estou bem. – ela sorriu fraco, me interrompendo.
Mentirosa, estava com uma cara péssima de choro.
– Não mesmo. – sorri irônico. – Conta! – falei me sentando ao seu lado.
– Você não ia atrás da Jullyane?
– Ia. – disse me virando para ela.
– Então vá. – ela suspirou, voltando seu olhar para o nada.
– Qual é Lizz! Fala logo o que aconteceu! – a empurrei de leve.
– Nada Kell. Pára. – ela resmungou.
– Foi alguém? – sugeri. Ela não respondeu. Baixou a cabeça, olhando os pés balançarem contra o concreto do muro. – Posso saber? – sussurrei, tentando não ser intrometido, mas já sendo.
– Ninguém. – ela sussurrou. – Que você conheça.
– Quem? – repeti, impaciente.
– Kevin O’Donnel. 2° ano. Manhã. – ela murmurou enquanto ainda fitava o nada.
– Acho que a amiga de Jully conhece, ela fala com os meninos do 2° ano. – bufei, me lembrando de tê-la visto falando com um grupo.
– É justamente por isso que estou triste... – ela sussurrou, com os olhos molhados.
Depois de uns minutos ela passou a mão nos olhos e me olhou.
– Tem haver com ela? A Alex? – franzi o cenho.
Ela riu.
– É Allen, atencioso! – ela voltou à cara monótona de antes.
– Eles...
– Se beijaram. – ela murmurou. – É, eu vi.
Não respondi, era muita coisa ao mesmo tempo.
– Não sei o que dizer Lizz. – gaguejei. E não sabia mesmo. A fitei e logo desviei para o mesmo nada que ela fitava. Eu não pensei em nada para confortá-la.
– Tudo bem...
– Tudo bem nada. Eu nem sabia que você gostava dele! – acusei. – Lizz, pô, você deveria ter me contado! Eu poderia ter ajudado...
– Não, não, tudo bem. Você não poderia fazer nada também, você era mais anti-social que eu,lembra? – ela fez uma careta, desta vez me encarando. – E mesmo que pudesse, eu não iria ter coragem de falar com ele. É só um amor platônico, não esquenta! Logo vai passar. – ela bufou.
– Logo vai passar nada! – disse bravo. – Você está ai, super mal, e nem me disse nada!...
– Obrigada, isso me ajudou muito. – ela fez um gesto com a mão. Não respondi. – Em que você poderia me ajudar? Hein Kellan? Você estava ai, super feliz com a Jully, eu não queria ser o ‘corta prazer’ de ninguém. – ela se virou, ficando de costas pra mim.
Não respondi de novo.
– Desculpa. – a puxei e a fiz me abraçar também.

***
(N/A: ::soundtrack:: música 4) Sum 41 – With Me 
– Oi! – ele me deu um susto.
Sorri.
– Oi. – disse fechando o armário.
Ele me fitou. Esperando.
– Acho que hoje não começou direito. – ele sussurrou para si.
– Por que? – fiz uma careta.
– Ah. Lizz está mal. – ele bufou. – E eu não sei e nem soube dizer nada, fazer nada pra ajudar. Ela é minha melhor amiga Jully, e eu nem a apoiei quando ela precisou. – ele baixou a cabeça.
Não respondi, de boca aberta.
– Nossa! Mas... – me interrompi, ao lembrar. E depois sorri. – Não é assunto meu. – disse por fim.
– Não tudo bem. – Kell sorriu. – Você não é nenhuma estranha. É só um cara que ela gosta. – ele disse numa careta, reprimindo os lábios.
– Hum. – fitei o chão.
Ele sorriu, malicioso e se aproximou, me abraçando.
– Senti sua falta ontem. – ele sussurrou. – Depois que fomos embora. Queria que tivesse ido pra minha casa.
– Hmm. – gemi. – Acho que hoje posso ir. – sorri.
Ele pensou.
– Você tem que ver o jardim, é lindo! – ele falou com brilho nos olhos.
– Você repara no jardim? – franzi o cenho.
– É, geralmente os caras da minha idade nunca olhariam para o jardim, mas é que onde eu morava não tinha nenhum. Agora temos. – ele me apertou contra seu tórax.
– Sua casa era pequena? – sugeri.
Ele riu.
– Não, é que as casas lá não são como as daqui, com jardins grandes, copas enormes e quintais espaçosos. – ele suspirou.
– Não sabia disso...
– Tem muita coisa que você não sabe sobre mim. – ele falou com um sentido oculto.
– O que, por exemplo? – levantei uma sobrancelha.
– Muita coisa. – ele disse, me puxando para seu rosto.
Em vez de me beijar, ele apenas me abraçou.

***
Menti e menti. Tudo mentira.
Ela logo cairia no buraco e eu não havia pensado em nada para atrapalhar.
Lizz estava mal, muito mal, mas fingia indiferença. Mas eu via, tudo era mentira. Ela apenas fingia um sorriso enquanto chorava por dentro.
E eu não sabia o que fazer, nunca sabia.
Hoje levaria Jully para conhecer ‘minha casa’ que eu enchi de enfeites de dona de casa.
Ela nunca conheceria minha mãe, porque eu nunca tive uma. Não aqui, na verdade.
Aquele abraço foi como um conforto, para ambos os lados. Mas para mim do que para ela, acho.
Sabia que quando tudo isso acabasse, nunca mais a teria em meus braços, então tudo que eu podia fazer, era apertá-la o mais forte que pudesse.
Não a teria por muito tempo.

Frase do dia






"Aquele que tiver paciência terá o que deseja."
                                                          Benjamim Franklin       

Justin e Selena no Brasil!

Selena Gomes acompanhou Justin em sua turnê aqui no Brasil!!! E eles, quando chegaram ao Rio, fizeram uma viagem de helicóptero. Mas Selena escapou por um fio de não ser mandada de volta para os Estados Unidos. Pois relatos dizem que esta não tirou o visto, mas teve uma permissão especial.

Algumas fotos:








TODOS OS CRÉDITOS À CAPRICHO.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Frase do dia





"Só porque algém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama."
                                                                        William Shakespeare

Idéia de elenco - Wake


                                                        Saoirse Ronan como Janie


                                                       Matt Dallas como Cabel


                                                        Danielle Campbell como Carrie



                                                     Jane Lynch como Capitã



                                                         Janet Mcteer como a mãe de Jane

domingo, 2 de outubro de 2011

Frase do dia

Primeira frase do dia aqui no blog!!





"De nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos."

sábado, 1 de outubro de 2011

Angel - Fanfic - 2º Capítulo

O segundo capítulo  dessa incrível história.






CAP.02
NO END

That the lump
Takes a home in your throat
With the words that you're
Choking as you try
Automatic Loveletter – Can’t Move On
(N/A: ::soundtrack:: música 1) Taylor Swift – Tim McGraw
– Como foi? Como foi? – ela murmurou histérica enquanto eu tentava passar para a sala.
– Prefiro não falar disso. – murmurei baixando a cabeça.
Ela me encarou, perplexa.
– O que aconteceu Jully? – ela me fitou.
Fiz uma careta, a dor só aumentava, e a vontade de cair nela era maior ainda.
– Nada. – franzi o cenho. – Ele apenas não quer mais ser meu amigo.
Ela arregalou os olhos.
– Fala o que aconteceu...
– Não quero falar disso, está bem Allen? – disse uns tons acima do normal.
Ela parou ao lado do sofá, esperando eu passar, incrédula.
– Tudo bem, me liga quando estiver a fim.
Logo depois ouvi o som da porta bater.
Estava sozinha novamente, como sempre. Sozinha.

***
(N/A: ::soundtrack:: música 2) Demi Lovato – Gift on a Friend
– Oi! – ela sorriu.
– Oi! – assenti, franzindo o cenho.
– Você é novato aqui, não é? – ela parou, me encarando. – Kellan McLiy?
– Não. – sorri. – Kellan McLye. – corrigi com um sorriso.
– Tome. – ela me entregou uma pasta. – São seus documentos. Passe na secretaria e pegue seu horário e material, e não se esqueça de falar com a coordenadora, ela vai tratar do resto.
Abri a pasta e milhares de papéis voaram, como num circulo, todos se espalharam pelo corredor, me fazendo virar por completo, até que todas elas estivessem voando ao meu redor.
Fui atrás de cada uma e percebi que o corredor estava vazio.
– Você não pode fazer isso durante o toque. – ela riu. Parei, estático. Ela rolou os olhos até que franziu o cenho para mim. – Que? – Balancei a cabeça. Me abaixei na esperança de recuperar as últimas folhas. – Novato. – ela repetiu.
Subi e ela pôs a folha na minha frente.
– Valeu. – sorri.
– Você é mais atrapalhado que eu.
– Foi o vento. – Ela assentiu. – Kellan. – murmurei. – Meu nome é Kellan.
Ela sorriu, baixando a cabeça.
– A gente se vê Kellan. – ela se virou, sem dizer o nome.
– Tchau... Jully. – sorri. Sem que ela pudesse me ouvir.
Peguei as ultimas folhas e guardei na pasta.
“E ai?”
“Adam?”
, pensei. Ele falava comigo por meio da mente. Era como uma espécie de rádio dentro da própria cabeça.
“Já falou com ela?”
“Ela acabou de sair, conheci ela agora.”
“E?”
“E? Adam, ela nem sabe quem eu sou.”
“O que aconteceu?”
“Foi um fracasso, ela me acha um idiota.”
“O que? Você deu um ataque de risos na frente dela?”
“Ah... Foi o vento que soprou várias folhas e me fizeram de babaca.”
“Deve ter sido engraçado.”

– Ei! – alguém me bateu no ombro. Me virei.
Ela balançava a cabeça, sem entender.
– Eu to meio sonolento, mal dormi.
– Hmm... Você chegou hoje, né? – ela sugeriu com uma cara suspeita.
– Não, ontem. Cheguei de madrugada.
Ela fez uma careta.
– A diretora me pediu para te entregar isso. – ela me deu uma ficha de inscrição para esportes.
– Vou ter que fazer tudo isso? – arregalei os olhos ao ver a lista de esportes.
Ela riu.
– Lógico que não né. Você vai escolher um e atrás vai marcar o que escolheu.
– Prazer. – reprimi os lábios pondo uma mão a sua frente.
– Prazer Kellan. – ela riu ironicamente.
A fitei esperando que dissesse seu nome.
– Lizzie. – ela soltou minha mão.
Quase achei que fosse costume não dizer o nome.
– Sou do segundo ano.
– Segundo? Faço o primeiro! – franzi o cenho. – Você não parece mais velha que eu.
– E não sou. Sou adiantada. – ela falou séria. – Entrei na escola um ano mais cedo.
Fiz bico enquanto pensava em como faria para estudar como os humanos.
– Então...
– Te vejo por ai.
– Tchau.
“Já conheceu outra garota...”
“Adam, você não pode entrar assim na minha cabeça.”
“Ah cara, foi mal.”
“Será que posso mandar na minha mente?”
“Tá, me chama quando quiser falar.”

(N/A: ::soundtrack:: música 3) Emily Osment – Let’s be Friends
Era incrível, tudo que olhava me fazia lembrar do que fiz. Sei que deveria falar, dar explicação, mas isso não seria eu. Não seria eu falando, pensando, nem agindo. E ficar parada não faria nada mudar, eu teria que fazer alguma coisa. Mas o quê?
Abri a porta e pus os livros e caderno dentro. Fechei.
– Ah! – gemi de susto. Fechei os olhos e suspirei. Era Allen tentando me matar de susto.
Ela sorriu enquanto eu me virava e começava a suspirar.
– Você é especialista em dar sustos! – murmurei, com uma mão no peito.
Ela riu, mas parecia nervosa. Desviava o olhar e passava a mão no cabelo.
Algo tinha acontecido.
– Fala. – disse por fim encontrando seu olhar.
Allen baixou a cabeça e tentou não me olhar mais, enquanto andávamos em direção a aula interminável de geografia.
– Dei seu celular para o Deam.
Engoli em seco com a última palavra.
– Você o que? – indaguei com a voz alterada.
– Desculpa... Olha, eu sei. Sei que não deveria ter feito, nem dito nada...
– Espera! – a interrompi. Franzi o cenho para ela e esperei até que ela estivesse olhando. – O que você fez Al? – a fitei, com a cara totalmente fechada.
Ela pôs os dedos fechados numa chave enquanto começava a falar.
– Eu estava andando normal pela sua rua, daí ele apareceu do nada e me obrigou a responder umas coisas.
– Que coisas?
– Ai que está Jully! Mil desculpas, eu juro, não queria ter falado nada. Sério! Não queria ter feito nada, mas ele me prendeu e não me deixou sair enquanto eu não falasse.
– Mas falasse o que?
– Ele pediu seu número e perguntou – ela parou pensativa, enquanto numerava. – Se você estava fugindo dele, se iria ignorar-lo, se estava zangada pelo beijo. – ela me olhou fixamente enquanto pronunciou a última palavra. E me fitou, esperando.
Hesitei e antes que eu pudesse falar, ela me tomou a palavra.
– Tudo bem você não ter me contado. Deve ter tido suas razões. Olha Jully, não sei se deveria falar, porque não sei se isso vai interferir, mas queria que você soubesse do mesmo jeito. – ela parou, respirou fundo e soltou. – Ele falou que vai voltar. Que vai tentar de qualquer jeito.Ele falou do mesmo jeito. – ela me olhou. Estava estática enquanto absolvia tudo. – Ele me perguntou como melhor amiga o que eu achava. Não soube o que dizer e falei que não sabia o que dizer para ele.
– Não parece ser o Deam que eu conheço. Parece estar falando de outra – minha voz se perdeu. – pessoa...
(N/A: ::soundtrack:: música 4) Jesse McCartney – Just so you Know
– E então sua mãe te mandou para cá. Certo? – ela levantou uma sobrancelha esperançosa.
– Mas ou menos. – sorri de soslaio.
Ela suspirou.
– Uma vez... – ela balançou a cabeça. – Tudo bem, foram mais de uma vez.
– O que?
– Meus pais me mandaram para a casa da minha tia nas férias. – ela bufou. – Nunca gostei muito. Mas eu ia mesmo assim. Na verdade, ela nunca foi legal, sempre muito antiga, sei lá. – ela deu de ombros.
A fitei por uns minutos e voltei minha vista para o nada.
– E como era? – soltei, depois de um tempo. – Digo, ficar lá, na casa dela? – pigarreei disfarçando meu nervosismo.
– Ah... – ela bufou. – Era legal, quando eu era criança, mais nova. Até verão retrasado eu ainda ia, gostava. Mas acho que já perdeu a graça. – ela sorriu irônica. – Quer saber Kellan? – ela me olhou fixamente, parando. – Todo mundo me joga. Sempre. Meus pais, todo mundo. Ninguém gosta de mim por perto e mesmo com todos esses anos, ainda não sei por quê. – ela parou.
Pensei em como deveria ser difícil para ela, e ainda falar.
– Não precisa falar se não quiser...
– Não, não. Tudo bem. – ela assentiu.
– Deve ser difícil para você.
– Já foi, não é mais.
A fitei, franzindo o cenho.
– Depois de um tempo, a gente se acostuma. – ela pensou por um tempo. – Sabe, depois de um tempo, ninguém mais sente sua falta.
– Eu sinto. - Ela baixou a cabeça. – Você não deveria ver as coisas dessa forma. Não é assim Lizz.
Quando virei meu olhar, Jully acabara de passar.
A olhei indo embora e fiz uma careta.
– Você gosta dela. – ela sorriu.
Arregalei os olhos.
– Quem?
– Você. – ela parou. – Dela.
– Hã?
– Admita, você gosta dela Kellan.
– Jully? – apontei. – Eu não gosto dela! – respondi rígido.
– Pelo menos não quer admitir. É o que você quer, não o que sente.
– O que está querendo dizer? – a fuzilei.
– O que você não tem coragem para dizer para ela.
– Lizzie! Você não pode sair dizendo essas coisas, não gosto dela. Alguma vez já falei? Não sabe o que eu sinto.
– Da para ver em seus olhos. – ela pensou. – Na forma como olha para ela...
– Não tenho que ouvir isso. – me levantei.
Resmunguei algumas palavras e fui em direção aos corredores.
– Ei, espere! – ela correu, tentando me alcançar. – Ficou chateado com o que eu disse? – ela me olhou frustrada enquanto tentava se manter ao meu lado. Continuei andando, em passos rápidos e longos. – Vai me ignorar? Então, pois bem. – ela parou, e eu a fitei. – Deve ser porque eu deva ter razão. – ela se virou me deixando parado.
(N/A: ::soundtrack:: música 5) James Morrison – You Give Me
– Humf! – bufei.
– O que aconteceu? – ela baixou a cabeça, buscando meu olhar.
A olhei, assustado.
– Nada. – respondi.
Ela fez uma careta, me reprovando.
– Não parece. Vamos... – ela me deu um murrinho no ombro. – Me conte.
Fitei o chão por uns segundos.
– Parece que não gostam de mim aqui. – franzi os lábios.
Ela franziu o cenho.
– Que? Não gostam de você? – ela pensou. – Quem não gosta de você?
– Ah. Muita gente...
– Não deve dar atenção a essas pessoas Kellan. – ela disse séria.
Comecei a andar, já saindo do imenso corredor.
– Acho que eu deveria sair, ir embora, desistir. – baixei a cabeça. – As únicas pessoas que falavam e que gostavam de mim, não querem mais me ver.
– Ah, qual é Kell. Você tem que parar de se cobrar tanto. – ela suspirou. – Tem que olhar para as pessoas que gostam de você. Olhe ao redor, várias pessoas te adoram. – ela sorriu torto. – Bem, eu gosto de você. - Sorri. – Olha! Um sorriso. – ela riu, me fazendo abrir mais ainda o que seria apenas um riso abafado.
A olhei.
– Obrigado. – prendi seus olhos nos meus. – Agora até me sinto melhor.
Descemos os últimos degraus da escadaria e ela olhou ao redor.
– Vai para que lado? – ela parou frente a mim.
– Vou para... – dei uma rodada com os olhos nos três caminhos, ainda pensando. – Direita. – respondi, balançando a cabeça.
Ela riu.
– Ainda não sabe o caminho de cabeça? – ela franziu o cenho ironizando.
Fiz beicinho.
– Hã... Não. – sorri constrangido.
– Então eu te ensino.
(N/A: ::soundtrack:: música 6) One Republic – Say (All I Nedd) 
– Ah, então você era o largado da turma? Coitadinho. – ela disse entre gargalhadas.
A olhei por um minuto, rindo e me peguei sorrindo também.
– E você? A disputada ou a tímida?
– Ah... – ela suspirou. – Acho que nunca fui nenhuma das duas. Sou o que chamam de ‘meio-termo’ – ela riu significantemente.
– O que seria o ‘meio-termo’? – indaguei.
– Acho que quando não se é nenhuma das duas. – nós rimos.
– Bem. – ela começou franzindo o cenho. – Você ainda não me contou como chegou aqui, de onde veio...
– Connecticut. – respondi, a interrompendo de imediato.
Ela ergueu um olhar suspeito.
– Nossa! Veio de longe, não parece. – ela disse surpresa.
– Deve ser por isso que ainda não me entrosei. – fiz uma careta.
– Amanhã te apresento a Allen. – ela sorriu delicadamente.
– Olha... – me interrompi. Parei de frente a ela e ainda fitava o lugar. – Não sei o porquê está fazendo tudo isso. E agradeço muito, sério Jully. Mas ainda não entendi porque quer ser minha amiga tendo tanta gente indiferente comigo. – suspirei.
– Também não sei.
– Talvez só esteja com pena do novato...
– Não, não, o que é isso Kellan! Nunca faria isso com você. – ela se exaltou. – Só acho que... – ela parou, com a voz falhando.
– Que devo ajudar porque você não consegue fazer amigos. – sussurrei, lendo seu pensamento.
– Não quero ser sua amiga por pena, e é isso que você não quer aceitar. – ela falou, me reprovando.
Olhei para cima e ela estava me encarando quando alcancei seu olhar.
– Ouvi o que disse.
Desviei o olhar.
– Vou por aqui. – ela apontou com a cabeça para a direção contrária e esperou, ainda me encarando.
– Desculpa. – murmurei. – Acho que me chutam tanto que quando vem alguém, eu recuo.
– Tudo bem. – ela sorriu fraco.
– Não, não está. As pessoas não gostam de mim, mal falam comigo e quase não tenho amigos. Daí, quando vem uma garota ser diferente, eu estrago tudo.
Ela pôs a mão no meu ombro.
– Relaxa. É normal, comigo era assim. Eu era assim. – ela bufou. – Sempre que vem alguém especial, você recua e a ignora, achando que ela é igual a todos os outros ou que não está falando sério. Quando você percebe, está sozinho de novo, e a pessoa que queria sua amizade, passa por você como se nunca tivesse havido nada. – ela sussurrou com falhas, fitando fixamente o chão.
Ela me olhou.
– Já passou por isso. – afirmei.
– Já. – ela disse suspirando. – Bem, tenho que ir, ta? – ela riu. – Depois nos falamos, tchau. – disse acenando.
Acenei sorrindo.

***
(N/A: ::soundtrack:: música 7) Jonas Brothers – Gotta Find You
Dois dias...
O céu aparentava estar nublado, mas o frio era cortante. Uma leve neblina caia no final da tarde e enquanto não parou, não pude sair.
Levantei a fim de ver se pela janela dava para ver o final da rua.
Fiquei observando distraída enquanto me lembrei de sexta. Sorri.
Onde será que ele andava? Pelo menos eu sabia que ele morava no final da rua, na esquina com a Sidney Street.
– Pensamento longe... – ela sussurrou. Paralisei de susto.
Me virei e a olhei por um minuto e voltei meu olhar a janela.
– Tudo bem, se está pensando em sair, pode ir. Mas nunca é bom sair com esse tempo, sempre escurece mais cedo. – ela replicou.
Suspirei me dando por vencida e soltei a cortina, que caiu num movimento leve sobre a janela, fazendo um leve vento surgir.
– Se eu decidir, se eu for sair. – me atrapalhei nas palavras e bufei, parando. –Vou apenas ao final da rua, não pretendo ir para longe.
– Se for a algum lugar, vá cedo. – ela sorriu espontaneamente.
Assenti.
Ela se virou e antes que fechasse a porta, voltou com uma hesitação evidente.
– Vai aonde? – ela franziu o cenho.
– Vou à casa de um amigo na esquina da Sidney Street. – murmurei.
– Hmm. – ela grunhiu. – Se é aqui na esquina, não precisa se preocupar. Mas volte cedo, sim?! – ela fechou a porta lentamente.
Peguei meu celular em cima da cômoda, ao lado da cama e fui à janela novamente. Olhando a neblina começando a ceder às nuvens, que temiam aparecer, disquei o número da Allen. Esperei; três toques e caiu na caixa postal. Desliguei com alguns xingamentos e o joguei na cama.
– Mãe! – gritei. – Mãe, cadê você?
Ela apareceu na sacada do escritório.
– Aqui! – ela acenou, enquanto eu descia as escadas.
– Mãe. – falei ofegante. Desci as escadas e só enfim falei. – Vou sair tá? Volto cedo, vou só dar um oi e volto.
– Tchau. – ela disse olhando de uma sacola para mim. – Volte logo Jully! – ela sorriu.

***
(N/A: ::soundtrack:: música 8) McFLY – The Heart Never Lies
– O que pensa que está fazendo? – o homem me fitou.
– Ham... – gaguejei. – Nada, só estou tentando recolocar as garrafas no lugar.
Ele franziu o cenho, desconfiado.
– Hm. E pensa que vai conseguir as pondo assim? – ele fez uma careta sarcástica. O velho grisalho se agachou e empilhou profissionalmente algumas garrafas. Arregalei os olhos. – É assim que se faz. – ele sorriu. – Não se deve botar no meio, tem que começar pelo lado.
Olhei para a pilha de garrafas e fiz uma careta de surpresa.
– Já trabalhou com isso. – confirmei.
– Fui vendedor por muitos anos. – ele disse de cima.
– Oi.
Tremi.
Virei o rosto a fim de vê-la, mas antes que pudesse ver alguma coisa, um estrondo inundou toda a minha consciência e junto dela meus ouvidos.
O susto foi inaudível a todos. Derrubei todas as garrafas assim que meu braço encostou-se à base.
– Droga! – murmurei chateado.
Ela conteve um riso.
– Você é sempre assim? – ela perguntou irônica.
– Acho que sim. – reprimi os lábios.
Firmei as últimas garrafas e sorri de lado. Ela sorriu cúmplice. Levantamos e ficamos fitando as garrafas solidas.
– Então... – ela suspirou. – Está trabalhando aqui?
Virei-me para ela, que estava um pouco atrás de mim, à minha direita. Olhei-a enquanto fitava as latas.
– Quem me dera. – bufei e sorri amarelo.
Ela pareceu franzir o cenho.
– E então...
– Não, derrubei uma garrafa e tive que arrumar. Bem que eu queria trabalhar aqui. – fiz uma careta.
– Hum.
Peguei uma sacola e continuei a andar.
– Como me encontrou aqui?
– Fui à sua casa. – ela parou. O silêncio pareceu uma dúvida. – Sua mãe... – ela gaguejou, tentando explicar.
– Ah, já entendi. – sorri a confortando.
Passamos pela porta de vidro e antes que a ventania de fora nos pegasse ela puxou o casaco velho e, sem me dar conta, fiquei olhando sem que ela percebesse.
– Você não fala muito sobre sua vida... – ela começou.
O frio me pegou e eu já estava tremendo quando me dei conta.
Ela riu.
– Que coisa, está muito frio! – fiz uma careta, tremendo. Ela riu de novo. – Adoro quando você sorri... – sussurrei, pensando alto.
Olhei firmemente para frente, paralisado. Tinha acabado de pensar alto.
Ela riu novamente.
– Não consigo ficar um minuto sequer perto de você sem rir de algo. – ela riu de novo.
– Você sempre ri assim? – disse andando pela rua até minha casa.
Começara a escurecer rápido.
– Assim, quer dizer, muito? – ela me olhou de baixo e franziu o cenho, ainda rindo.
– É, acho.
– Acho que sim, com você sempre. – ela sorriu de lado. Depois de uns minutos balancei a cabeça. – Acho que a gente deveria falar mais sobre a vida, está começando a ficar meloso isso. – ela fez uma careta irônica.
Eu ri.
– É. – soltei com um suspiro. – Se você chama clima de meloso, tudo bem...
– Ah... – ela gemeu, abrindo a boca. – Então você acha isso? – ela esperou e então me deu um murrinho no ombro.
Eu ri.
– Não... – gaguejei entre gargalhadas.
– Mas foi o que você pensou!
– Ah! Você pensou também.
– Talvez. – dei um murrinho nela.
Voltamos a andar lentamente, sem mais rir.
– Acho que quando disse que deveríamos falar da vida, quis dizer para você me contar sobre você. – ela sorriu.
Suspirei.
– De mim? – me surpreendi.
– Sim, é, você. Claro. Por que? – ela disse rápido.
– Ah... – gemi. – Nada. Acho que eu não tenho nada de muito legal para falar.
– Ah, qual é, você tem sim! – ela fez um gesto de legal.
– Hum... lá no... Onde eu morava tinha muitos amigos, acho que sinto falta deles... – pensei.
– Hum. Você não está feliz agora?
Parei e me virei, ficando de frente para ela.
– Agora? – perguntei. – Ela assentiu. – Agora, agora? – repeti.
– É. – ela fez uma careta.
– Agora mesmo eu estou. – sorri.
– Por que?
– Porque...
– Hum? – ela procurou meus olhos. Desviei de novo.
– Nada. – sorri, pondo as mãos no bolso.
– Nada, hum, sei. Fala. – ela murmurou.
– Acho que você não gostaria de saber... – reprimi os lábios.
– Mas eu quero saber. – ela parou. – Fala logo Kellan, para de suspense!
– Porque você está aqui. – a fitei.
Ela me encarou.





Angel - Fanfic - 1º Capítulo

Trago essa fanfic pra vocês, fãs de uma boa história.






SINOPSE:
Por fatores desconhecidos, o portal entre o Céu e a Terra se abriu, deixando assim a entrada de qualquer um, livre para viver eternamente. Jully descobre um dos portais e assim começa a aventura entre fantasias e sonhos que se tornam realidade, ela conhece Angel, o anjo que tem a missão de levá-la de volta para a Terra. O único anjo que irá tentar lhe levar de volta para a terra – correndo perigo – depois que ela fica presa na 3°dimensão, onde só aqueles de coração ruim vivem eternamente. Eles então começam uma jornada atrás do desconhecido pra que ele enfim possa fechar todos os portais e dar um fim nessa catastofre e assim libertar todos que ficaram presos. Mas o que você faria se viver no perigo fosse o único jeito de ficar perto da pessoa que ama? Se viver eternamente presa entre outro mundo fosse a única opção de ainda continuar vendo-a?... E o que você faria se você tivesse que levar para longe a única pessoa que você mais ama? Se o certo não fosse mais tão correto assim? O que eles irão escolher?




CAP.01
UMA CHANCE

Ninguém podia me ver. Ninguém! Tudo bem que eu sou péssima em passar despercebida, é mais fácil eu derrubar alguma coisa ou cair em alguma coisa. Mas eu só tinha uma chance.
Andei lentamente, com a ponta dos dedos sobre o tênis, tentando não fazer nem sequer um ruído. Mas, pensando bem, deveria ter terminado o primeiro mês de balé. Tudo bem, dou razão à minha mãe nesse quesito. Mais só nesse ponto! Pra quê uma garota introvertida e anti-social faria balé? Do que serviria? O que uma garota desengonçada, destrambelhada e sem jeito faria com balé no currículo?
– O que pensa que está fazendo, Jullyane? – paralisei. A diretora havia me pego. Fiquei totalmente imóvel. Como se isso fosse mudar o fato de eu estar de suspensão.
Me virei, afim de encará-la. Ela me olhava séria, fria, totalmente rígida.
– O que você pensa que está fazendo? – ela repetiu. Agora gelei por completo. Não consegui falar e muito menos me mover. Fiquei na dúvida entre o choque e a carga de adrenalina de uma nova experiência.
– Indo pra sala? – balbuciei, gaguejando tudo. Fiz uma careta de nervosa. Ela fez outra, ainda mais feia, e velha, só que cínica.
– Indo pra aula uma hora dessas... Jullyane, você não tem relógio em casa? Sabe que horas são? – ela falava tão rápido de fúria que na agonia mal prestei atenção no que ela dizia.
Não respondi.
– Venha cá! – ela falou, já andando pra diretoria. Nem precisa falar o resto. – Suspensão! – falou se sentando na poltrona.
– O quê? – perguntei cínica. – E-eu sei que é justo... Mas... Suspensão?... O... Que direi pros meus pais? – falei fazendo drama. Franzimos o cenho. Ela me olhava ainda mais cínica, fazendo careta.
– Oras, diga que foi suspensa. – ela falou. Parecia tão fácil ela falando.
– Mas não... – gaguejei. Ela me interrompeu, me expulsando da sala.
– Vá para casa. Não quero mais ver você aqui, Jully. Se não quiser ser suspensa de novo, – ela disse enquanto pegava uma pasta enorme e a botava à sua frente abrindo-a – é só fingir que nada aconteceu e amanhã tudo volta ao normal. – ela dizia, distante. Droga! Droga! Pensei. Sai indignada comigo mesma da sala. E tudo por que eu estava com insônia, ontem.

(N/A: ::soundtrack:: música 1) The Pretty Reckless – Just Tonight
Fiquei vagando pela rua do colégio... Ah! Ela não podia me proibir disso! E... Mesmo por que eu não ia voltar pra casa, não ia querer ter de falar sobre isso tão cedo.
Fiquei andando com o vento açoitando minha pele, meu cabelo voava sobre o cachecol, sem conseguir impedir os fios que se espalhassem sob meu rosto. Mesmo assim, com o vento forte, o cabelo solto e o cachecol enrolado num nó, continuei andando. Não queria parar e refletir. Isso sempre me magoava, e eu não podia mais fazer isso comigo. Antes, ao menos eu tinha o Deam, mas e agora? O que eu tinha? Na verdade, me sinto só, como se nem ele existisse. É como se cada vez que eu ficasse só, aquela solidão tomava o lugar dele de novo. E ela sempre foi e é muito ruim comigo. Não posso me deixar – me permitir de sequer cogitar em pensar na rua vazia que é minha vida, principalmente se eu estiver sozinha.
Nem percebi a hora, muito menos o tempo enquanto eu ficava ‘tentando não pensar em pensar na minha vida’. Já parecia tarde, já tava quase na hora de acabar a segunda aula, uma hora que eu poderia entrar escondida. Se não tivesse sido suspensa...
– Jully? – uma voz me alertou. Acabando totalmente com o momento solidão que teimava em permanecer.
– O que faz aqui... Na frente da escola? – ele parou. – Não era pra você estar... Lá dentro? – ele levantou uma sobrancelha.
– Era.. – repeti. Ele franziu o cenho, pensando no que uma maluca descabelada fazia fora da escola. Mordi o lábio pensando no que eu ia dizer, falar ou não a verdade? – Fui suspensa. – confessei.
– Suspensa? – ele disse exaltando as sobrancelhas.
– É. Também fiquei surpresa.
Tudo bem, não costumo dizer nomes, muito menos falar de certas pessoas que só me fazem confundir, justamente para não confundir mais ainda. Ele era Deam, ou melhor, uma longa historia... Não que a gente já tenha... A gente só é... Bom, é uma longa historia. Um dia quem sabe, eu conto.
– Aqui tá frio e você andando, só com um cachecol– ele parou, e depois tirou os olhos do pobre cachecol e voltou-os pra mim. – Quer morrer? – completou.
O que as pessoas têm contra cachecóis solitários? Eu gosto. O fitei e fiz algo parecido com uma careta.
– Deam, eu só... Sei lá... Tava querendo pensar e fiquei andando até dar a hora. – resumindo: não quero ir pra casa.
– Então, posso ficar com você? Quer dizer, posso te fazer companhia?– ele falou, franzindo o cenho pra mim já andando pro meu lado, meio sem jeito. Ele mordeu o lábio inferior e completou. – Eu também tô, sei lá... Pensando na vida.
Eu sorri botando instintivamente a mão na boca, tentando esconder um sorriso pra que ele não percebesse. Ele apenas andou ao meu lado de cabeça baixa, olhando a rua sem ver. Ele queria alguma coisa. Conheci (ou conhecia) ele o bastante pra saber que ele não estava ali por acaso. Alguma coisa o trouxe ali, e eu já pensava nas hipóteses. Pelo pouco tempo que éramos amigos, não que não sejamos mais... Quero dizer, pelo pouco tempo que passamos como melhores amigos, pude ver um outro lado dele que, com certeza muita gente desconhecia. Ele continuava com aquele ar de mistério, o mesmo ar que me levou a ser sua amiga. Ele não conhece ninguém da minha escola, isso é fato. Mais se ele quer alguma coisa, não viria falar comigo... Pelo menos, não diretamente. Talvez esse encontro casual tenha sido uma tática.
Meio distraída nas hipóteses, nem percebi que ele estava falando...
– Jully? – perguntou ele de cabeça baixa, dando aquele olhar por soslaio que eu amava. Balancei a cabeça.

(N/A: ::soundtrack:: música 2) The Pretty Reckless - You
– Quê? – perguntei indiferente.
Ele riu, passou a mão na nuca. Parecia nervoso. Mas quem devia estar nervosa sou eu, não você, pensei.
– Você está mesmo pensando na vida. – falou sorrindo. Retribuí o sorriso sem graça com a indireta.
Ele hesitou, antes de começar a falar de novo.
– Eu falava... Você parece distante... meio... Sei lá, diferente. – ele parou. – Por isso foi suspensa. – isso não foi uma pergunta, foi mais uma sugestão.
– Não exatamente... Cheguei atrasada. – falei com a voz rouca. Minha boca estava seca, mais por conta da ventania do que pela desidratação.
– Hmm... – ele sussurrou pensativo.
– E você... Por que está aqui? – parei de frente pra ele.
– Nossa. Você é bem direta. – ele sorriu nervoso. Eu apenas esperei.
– Bem... Eu queria te ver... Tava com saudades. – essa não parecia ser a verdade.
– Queria me ver?... Deam, fala sério. Não tenho 11 anos. Por que veio aqui? – insisti rispidamente.
– Ah... Jully, eu tava... – ele suspirou. – Bem, eu tava jogando umas coisas fora, depois da mudança e... Sei lá, eu vi umas fotos... Fiquei com saudades da nossa amizade, da sua companhia. – ele parou, pensativo. Talvez procurando as palavras certas. – Nem me lembro bem por que a gente se afastou. Sinto falta daquele tempo... Sinto falta de você. – ele parou de novo e desviou o olhar. Eu o encarei, ainda pensando no que ele falava. Cada palavra...
– Não sei o que fazer... Pra que tudo volte como era antes. Eu sei... Não é mais como era antes e nem vai ser, mas eu posso tentar, não é? – ele abaixou a cabeça, parecia derrotado pelas próprias palavras. – Jully, eu não tenho amigos, e... Você é a única pessoa que eu ainda... Que ainda me resta confiança. Não consigo falar com ninguém. – ele falou, acelerando na última palavra.
– Você veio até aqui pra dizer que sente minha falta como amiga? – interrompi surpresa.
Ele me olhou e reprimiu os lábios, pressionando um contra o outro.
– Eu vou entender se não quiser mais ser minha amiga... Mesmo porque você está na razão.
– Não! – quase gritei. Ele arregalou os olhos. – Q- quero dizer, não é isso... Eu quero... Eu também sinto falta de você, Deam. Mesmo que tudo ainda esteja tão nítido e que seja difícil esquecer, posso fazer isso... Pela nossa amizade. – gaguejei tudo antes que ele me interrompesse e eu não conseguisse mais falar.
Ele me fitou.
– Acho que... – ele parou por um longo tempo.
– O quê?
– Acho que ainda... Acho que não vim aqui só por isso... – ele falou se virando... Escondendo o rosto pra que eu não o visse. O puxei pelo braço e ele se virou, de novo, lentamente.
– Tem mais? – minha voz saiu distorcida.
– Acho que vim aqui por que não aguentei mais tentar... Não vim aqui... E, falar logo tudo... – ele parou. – Por que eu ainda gosto de... você.
Engoli em seco. Sabia que ele queria alguma coisa.
Ele me olhou sem fala e ficou nervoso. Abriu a boca mais depois a fechou. E depois me deu as costas, saindo em passos longos, mas demorados. Andei três passos e o peguei pelo cotovelo, virando com força pra mim.
– Aonde você vai?... V... Você diz isso... Assim, e depois sai?
Soltei seu cotovelo.
– Já falei o que tinha pra falar, Jully, você... Eu queria que você pensasse, não quero que responda agora... Pra não se arrepender...
– Mas eu já dei minha resposta. Você quer o que? – interrompi.
– Não quero que responda agora. Quero deixar você pensar... Se mudar de ideia, eu não vou contestar. Eu espero o tempo que você quiser...
– Para! – desta vez eu gritei. Ele parou e ficou olhando pra mim, incrédulo. – Pára de fazer drama! Eu... Eu já disse, já dei minha resposta. Já pensei, quero tentar...
Ele me fitou, me deixando constrangida pela minha raiva súbita.
Abaixou a cabeça e depois me olhou fixamente.
– Sabe que não é assim. – ele hesitou e logo depois parou. – Jully,... – ele baixou os olhos e a cabeça. Fez uma careta com a boca e depois voltou a falar olhando pra mim. Aquilo parecia muito difícil pra ele. – Se eu pudesse voltar ao tempo... E mudar tudo. Tudo o que eu fiz... A você e... – ele balançou a cabeça. – Você não faz ideia de o quanto eu me odeio pelo que fiz. – ele hesitou. Seus olhos que, naturalmente eram lindos, agora estavam atordoados.
O fitei, sem responder.
– Olha Jully... Só vim aqui pra que você pensasse e, sei lá... Quando tivesse total certeza disso, me respondesse... Mas eu sei que você nunca terá – ele parou hesitante. Ele passou a língua entre os lábios e voltou a falar gesticulando. – Porque nem eu mesmo me perdoaria. – ele falou com a voz embargada e passou rapidamente as costas da mão no olho.
Continuei o fitando sem palavras.
– Na verdade... – ele balançou a cabeça – Eu vim aqui por que não quero perder você pra uma mentira, porque eu te amo. – ele falou rápido.
Ele mordeu o lábio e depois me fitou incrédulo.
– Você não diz nada?
– Dizer o que? – perguntei. – Você já disse tudo. – completei murmurando.
Ele me fitou.
– Se um dia você me perdoar, mesmo que tenha toda certeza do mundo, eu nunca me perdoarei. – ele sussurrou.
– Quem deveria chorar e se flagelar sou eu... – falei ríspida. – Você... passou tudo pra você Deam! – acusei.
Ele arregalou os olhos.
– Tudo bem... – ele bufou. – Eu já esperava isso. – ele murmurou. – Então essa é a decisão. – ele disse num tom monótono. – Pelo menos tentei.
Ele se virou.
Tentei ir atrás mais foi inútil e minhas pernas não queriam se mover. Elas não me obedeciam, eu estava completamente paralisada.
A única coisa que consegui dizer foi um grito rouco.
– Apesar de tudo que você fez, Deam, não vale a pena jogar fora uma amizade pelo pior dos motivos! E eu... – parei.
Ele parou e se virou, de longe.
– Não quero que decida agora. – ele disse.
Eu o fitei, paralisada.
– Eu volto. – ele prometeu. – E você me dá sua resposta.
Desta vez eu estava completamente, totalmente, indefesa.

(N/A: ::soundtrack:: música 3) p!nk – Raise Your Glass.
– Tem de morango? – murmurei olhando as opções.
Ele assentiu.
– Então quero... – olhei rapidamente pra Allen e ela assentiu. – Dois! – completei olhando o senhor.
Me virei já com o sorvete na mão e Allen, do meu lado, apenas andou.
Olhei pra ela rapidamente, indiferente, tentando esconder minha curiosidade.
– Onde você estava ontem? – ela murmurou me fitando.
Continuei andando sem responder.
– Fiquei andando pela rua, do colégio. – respondi aos sussurros.
– Nem acredito que foi suspensa porque esqueceu a hora! – ela riu.
Fiz uma careta.
– É engraçado quando não se tem uma cara feia olhando pra você. – murmurei amargamente.
Ela arregalou os olhos e logo depois deu um suspiro.
– Você tá escondendo alguma coisa. – ela me encarou.
Desviei o olhar.
– O que quer que eu diga? – eu disse.
Ela fez uma careta.
– Quero que diga o que aconteceu, Jully. – ela disse bicuda.
– Então, tá. – parei hesitante. – Fiquei andando e encontrei com o Deam. –
murmurei nervosa e minha voz falhou quando disse seu nome.
Ela me fitou inexpressiva e logo depois sorriu de lado.
– Sabia que aquele nervosismo tinha algo oculto. – ela sorriu.
Andei calada até pararmos em frente ao armário.
– O que ele disse? – ela murmurou.
Fitei-a, estática. O que falaria pra ela? Que foi ele quem espalhou tudo aquilo? Que o culpado pelo vexame escolar era sua culpa? Hesitei.
– Ele veio perguntar se eu ainda era sua amiga. – falei com a voz baixa.
Ela franziu o cenho.
– Veio o que? – ela disse, arrastando a voz no que seria um coro.
– Veio me perguntar se eu queria ser sua amiga. – falei alto.
Ela ficou séria.
– Como foi? – ela parou. – Quer dizer, me conta como aconteceu. Ele perguntou o quê, exatamente? – ela indagou.
Agora realmente tinha passado do limite.
– Não teve nada demais, Allen. – murmurei. – Foi só isso. – completei.
– Vamos; Jully, sei que ele não viria aqui só pra dizer isso, você esta escondendo coisas. – ela acusou com a voz monótona.
A fitei séria. Ela tinha razão.
– Tá, vou te contar. – sussurrei derrotada.
Ela abriu um sorriso.
– Eu tava andando na rua, esperando tocar o sinal. – parei procurando algo que não desse pistas de que eu estaria mentindo. – Daí, ele apareceu do nada e ficou calado. – pus o sorvete na boca e depois de uns segundos, voltei a falar. – Ele me perguntou se eu ainda era amiga dele, e não queria que eu respondesse na hora...
– Por que ele veio perguntar isso? Vocês não são amigos? – ela franziu o cenho incrédula.
Agora era a parte de omitir.
– Porque a gente se afastou. – dei de ombros. – Também achei estranho sabe, mas não fui atrás. Aí ele falou que vai voltar pra saber minha resposta. – completei com um sorriso.
– Ainda falta coisa. – ela falou pensativa. – Essa história não se encaixa. - ela deduziu. – Você...
– Foi só isso e ponto! – a interrompi jogando o sorvete no lixo e entrando na sala.
– E o que você respondeu? – ela insistiu.
Me virei e a fitei.
– Eu disse que sim, que iria tentar de novo, mais ele quer que eu pense. – parei lembrando o que aconteceu. – Ele vai voltar e eu não sei o que dizer. – murmurei baixando a cabeça.
– Você acabou de dizer que já tinha decidido, e agora disse que não sabe o que falar? – ela perguntou incrédula.
Olhei pra ela com os olhos desnorteados e fiquei estática.
– Ele falou alguma coisa a mais, não foi? – ela deduziu de novo.
Balancei a cabeça.
– Ele não gosta de mim só como amiga. – sussurrei constrangida.

(N/A: ::soundtrack:: música 4) 3 Doors Down – Let Me Go

– Ah, Allen, você quer que eu diga o quê? – perguntei ríspida.
Ela continuou andando ao meu lado, calada.
– Tudo bem se não quiser me contar a verdade. – ela suspirou.
– Você acha mesmo que eu escondo algo? – me virei a fitando.
Ela parou.
– Acho.
Fiz uma careta.
– Então, tá. – suspirei. – Ele... – parei. – Foi ele quem fez aquela confusão toda da escola. – murmurei.
Ela arregalou os olhos e me fitou incrédula.
– Ele fez o quê? – ela disse numa voz monótona.
Passei a língua entre os lábios e suspirei.
– Foi ele quem divulgou aquelas coisas sobre todo mundo. – fiz outra careta.
Ela baixou os olhos.
– Ele quem inventou aquilo? – ela parou. – Sobre mim?
– Foi. – assenti.
O sinal tocou.
– Tenho aula de biologia, agora. – sussurrei pensativa.
Andamos em direção a escadaria principal.
De repente, estava lotado de gente, correndo em direção a ela. Andamos em silêncio, enquanto todos falavam.
Quando pus o primeiro pé na escada, olhei em volta e parei.
O que ele faz aqui?, pensei.
Ele sorriu assim que viu que eu estava olhando.
– Oi. – ele disse, se aproximando.
Em um minuto, ele já estava a quase vinte centímetros de mim.
Eu sorri.
– É bom te ver de novo. – ele murmurou enquanto olhava ao redor.
Baixei a cabeça, sabia o que aquilo significava pra ele.
Alguém passou e bateu em meu ombro, me fazendo quase cair sobre a escada.
– Ai! – murmurei fazendo uma careta enquanto passava a mão direita sobre o machucado.
– Acho que não é uma boa hora. – ele disse.
– Por que veio aqui? – perguntei me lembrando da sua última resposta a mesma pergunta.
Ele fitou o chão, sem ver.
– Porque não aguentei esperar. – ele parou já olhando pra mim. – Era muito pra mim... – ele se interrompeu.
Suspirei.
– Também senti sua falta. – disse pra mim mesma.
Ele me fitou, agora fixamente. Desviei o olhar.

Já fazia uma semana e meia desde aquela conversa.
– É ruim ter de acordar e não ver você. – ele sussurrou. – Antes, a gente se via todo dia. – ele parou. – E agora, mal dá pra vir aqui. – ele completou.
Nos fitamos.
Comprimi os lábios enquanto pensava numa resposta.
– Deam, acho que... – parei. Ele me fitou. – Não tenho certeza se posso ser sua amiga. – ele comprimiu os olhos, como se aquelas palavras tivessem sido uma facada. – Quer dizer, eu ainda gosto de você, quero ser sua amiga! – me interrompi. – Mas... – comprimi os lábios, aquilo era muito difícil de falar.
– Mas você não consegue. – ele completou, me interrompendo.
– Não! – o fitei. – É que eu... Não consigo ser sua amiga! Você... – franzi o cenho. – Você diz coisas...
– Como te amo? – ele me interrompeu. O fitei incrédula.
Abri a boca hesitante e depois a fechei.
Ele baixou a cabeça e quando me dei por conta, estávamos sozinhos na escadaria, em frente à escola.
– Digo porque é mais forte que eu! – ele cuspiu. – Quer dizer, eu não consigo controlar, quando vou ver, já falei. – ele parou. – E não consigo ficar perto de você, sem me concentrar... – ele se interrompeu balançando a cabeça. – Não devia ter dito isso. – ele sussurrou quase pra si mesmo.
Franzi o cenho.
– Se você pudesse ao menos não me lembrar a cada cinco minutos que não
gosta de mim apenas como amiga, eu acho que poderia até tentar.
Franzi o cenho, me reprovando.
– Desculpa. – o fitei. Ele estava de cabeça baixa enquanto eu o olhava, aturdida.
Ele parou e voltou os olhos pra mim de novo.
Depois de alguns minutos, ele se moveu e sorriu.
Quando percebi, estava quase inclinado, tão perto que comecei a sentir sua respiração.
Ele me olhava fixamente, e então por instinto, recuei.
Ele me fitou incrédulo e eu fiquei sem reação.
– N... – murmurei.
Ele havia me beijado, tão rápido que quando percebi, ele já estava em mim. O empurrei com toda a força que pude e dei um passo pra trás.
Quando me dei, estava no chão com a perna ralada.
– Droga! – murmurei.
Ele me fitou calado e só depois que olhei que ele falou.
– Desculpa, Jully. – ele sussurrou envergonhado. – Você não sabe como é difícil...
– Deam, já ouvi demais por hoje, não acha? – me levantei e o encarei séria.
Me virei e ele ficou parado, com o olhar e o rosto incrédulos.

(N/A: ::soundtrack:: música 5) Vanessa Carlton – Ordinary Day

A minha perna sangrava e o vento frio e gelado me fazia tremer.
Continuei andando pelo corredor até chegar em frente à sala.
Acenei pelo vidro e depois de três tentativas inúteis, Allen olhou. Ela sorriu e logo depois ficou séria.
– Vem pra cá! – falei lentamente com os lábios enquanto ela se levantava.
Me encostei na parede afim de esperá-la.
– Tá maluca? Quer ser expulsa? – ela sussurrou.
Virei e a fitei.
– Allen, preciso que pegue minhas coisas. – eu disse.
Ela franziu o cenho.
– Você vai matar aula, hoje? – ela arregalou os olhos. – O que aconteceu? Por que...
– Vou embora, me machuquei. – olhei pra ferida na perna esquerda, o sangue rolava enquanto eu estava ficando com dor de cabeça. Ela acompanhou meu olhar e arregalou os olhos ao ver o sangue.
– O que aconteceu? – ela murmurou.
– Caí.
Ela fez uma careta.
– Sei que você caiu. – ela parou. – Mas como? – ela completou.
– Tropecei na escadaria e rasguei minha perna na quina. – expliquei.
Ela olhou novamente o machucado.
– Foi antes ou depois que ele saiu? – ela indagou.
Suspirei.
– Foi depois. – respondi.
– O que ele fez? – ela me olhou levantando uma sobrancelha sugestiva. Franzi o cenho pra ela, em resposta.
– Nada! – suspirei. – Allen, vai logo antes que eu desmaie!
Ela assentiu e correu pela porta.
Vinte minutos depois ela saiu com minha mochila na mão e me entregou.
– Vai ficar bem? – ela murmurou.
– Vou – assenti.
– Me manda uma mensagem quando chegar. – ela falou, enquanto olhava pro sangue.
– Para de olhar, você me deixa nervosa. – franzi o cenho.
– Tá, desculpa. – ela riu.
Fiz uma careta.
– Tenho que ir pra casa. – suspirei.
– Você não vai falar com a diretora? – ela murmurou.
– Não. Ela me levaria pra emergência e me obrigaria a ver as aulas. – fiz uma careta.
– Digo pra professora que você veio mas se machucou e foi pra casa.
Assenti, fazendo caretas. Começara a doer muito.
– Tchau. – sorri.

(N/A: ::soundtrack:: música 6) 30 Seconds to Mars – Closer To The Edge
– Cheguei! – disse, abrindo a porta num átimo.
Ouvi um barulho e corri pra escada.
– Jully? – ela perguntou.
Ouvi outro barulho e o silêncio tomou conta.
Fechei a porta lentamente, não querendo fazer nem um ruído.
– Ufa! – suspirei e depois bufei.

***


Estava decidido. Ou falava tudo logo ou ele me interrompia e me mandaria embora.
– Mestre? – murmurei entrando no salão. Vasculhei a sala e não via
ninguém. Não via nada.
– Kellan! – ele bufou e revirou os olhos. Fiz uma careta pra sua expressão.
– Quero descer! – murmurei o fitando.
Ele me fitou inexpressivo e carrancudo.
– Você o quê? – ele repetiu.
Parei em frente a seu trono e o fitei.
– Quero descer. – ordenei.
Ele suspirou e sorriu de lado.
– É por isso que não deixamos jovens cuidarem de pessoas! Eles sempre fazem isso! – ele falava olhando o nada.
Fiz um bico.
Ele parou me olhando.
– Kellan, faça o favor de voltar ao seu trabalho, por favor. – ele sussurrou.
O fitei incrédulo. Ele não poderia ignorar meu desejo. Eu tinha escolhas!
– Estou decidido, quero descer! – repeti impaciente.
Ele passou a língua sobre os lábios.
– O que você vai fazer lá que não pode fazer aqui? – ele murmurou, desta vez inclinado para mim.
– Não posso deixá-la cair naquele buraco...
– Você não pode intervir! – ele me interrompeu soberano.
– Sei que não posso Mestre, mas vou tentar desviá-la. – parei. – Ela não pode cair lá! – eu disse quase gritando.
– O que eu tava com a cabeça quando pus você tomando conta de uma garota de 16 anos? – ele sussurrou para si.
Agora ele me fitava, com o queixo trincado.
Se inclinou para mim e me fitou.
– Veja bem, Kellan! – ele parou. – Você sabe muito bem o que não pode fazer e as consequências dessa decisão. Sei que você não está pronto, mas se é o que quer... – ele deu de ombros.
Assenti sorrindo por vencido.
Andei em direção a porta e quando estava quase dobrando a coluna, ele me chamou.
– Kellan! – ele chamou.
Me virei o encarando.
– Sim? – sussurrei.
O salão era enorme, principalmente os dos Mestres. Eram totalmente marmorizados, de um branco velho. Era de um lindo mudo. Vazios, todos eram assim: colunas, tronos e... Nada! Sempre perguntava para meu Mestre
o porque deles serem vazios, mas ele nunca me disse de fato o porquê. Sempre dizia que antigamente, tinha festas e mais festas. Mas hoje, eram apenas salões vazios.
O fitei inexpressivo, esperando.
– Sabe das consequências dos seus atos! – ele me lembrou. – Sabe o que vai acontecer, caso mude ou faça alguma coisa para impedi-la. – ele parou.
Assenti devagar.
– Sei de tudo isso, Mestre.
Ele se recostou na cadeira acolchoada.
– Se você intervir, tanto ela como você, principalmente ela, sofrerá as consequências. – ele murmurou fechando os olhos.
– Não a impedirei, mas tentarei. – prometi.
Ele me fitou sério.
– Você será banido se ultrapassar seus limites! – ele me acusou. – És um anjo, não um Deus. E ela... – ele parou. – Terá sua vida mudada, tudo mudado! E nunca mais se lembrará de você. – ele completou.
Baixei os olhos.
– Boa sorte. – ele murmurou sorrindo.
– Obrigado. – franzi o lábio inferior e lhe dei as costas.

***


– Sabe que não pode faltar. – ela disse séria.
Fiz uma careta de cabeça baixa.
– Não posso ir. – murmurei.
– Está fugindo do quê, Jully? – ela disse agora me fitando.
Levantei a cabeça, a olhando de cima.
– Fugindo? – repeti.
– Parece fugir de alguém. – ela murmurou, franzindo o cenho.
– Pareço? – perguntei.
– Oras, eu que lhe pergunto! – ela parou. – Responda, não pergunte. – ela reclamou.
Revirei os olhos.
– Mãe, não é isso... – sussurrei, numa tentativa desastrosa.
– Então o quê? – ela parou. Hesitou e completou. – Me diga o que é.
Franzi o cenho, nervosa. O que eu diria?
– Não quero ir, não sei por que, mas não quero. – expliquei.
Ela me fitou por uns minutos.
– Se não tem motivo óbvio, então não tem porque não ir. – ela disse, dando o caso por encerrado.

– Ela te obrigou a vir? – ela franziu o cenho.
– Foi. – passei a língua entre os lábios.
– Você tá fugindo. –ela refletiu me olhando.
– Fugindo? – parei fazendo uma careta. – Do quê?
– Dele. – ela sussurrou.
Baixei a cabeça. Ela tinha razão. Como sempre.
– Sei que não sabe o que falar, então diga o que você sente e pronto! – ela disse, olhando o jardim.
– Allen, parece tão fácil, você dizendo... – refleti.
– Porque é. – ela me interrompeu.
Balancei a cabeça e me levantei.
– Ainda não tocou. – ela lembrou.
– Eu sei. – sussurrei.
– Então vai pra onde? – ela ergueu uma sobrancelha.
– Não sei.
Balancei a cabeça de novo.
– Não posso vê-lo de novo. – expliquei lentamente. – Tenho que fugir antes da última aula, Allen. – baixei a cabeça. – Ele vai voltar e eu não tenho sua resposta. – eu disse.
– Você não tem culpa! – ela replicou. – Uma decisão é muito difícil de ser tomada. – ela continuou.
– Ele me beijou. – eu cuspi.
Ela parou, estática.

(N/A: ::soundtrack:: música 7) 3 Days Grace – Never Too Late

***


– O que está pensando em fazer? – ele disse, pondo as mãos entre as pernas.
– Ainda não sei. – respondi.
– Você vai descer lá, cara – ele me lembrou. – E nem sabe o que fazer! – ele fez uma careta, como se o problema fosse dele.
– Tenho que ter um disfarce.
– Estudante? – ele sugeriu.
Balancei a cabeça.
– Um nome, casa... – parei, pensativo.
– Precisa fazer amigos úteis, lá. – ele murmurou.
– Tem razão. – suspirei. – Tenho pouco tempo, não posso deixar passar nada! – cocei a testa.
– O que pensa em fazer? – ele parou. – Usar seu nome?
– Não tem por que mudar isso. Acho que sim. – assenti.
Baixei pegando a alça da mochila e dei as costas.
– Vou atrás das fadas. – bufei.
As fadas eram os seres mais perigosos do mundo. Elas usavam seu desejo contra você mesmo. Atendiam seu pedido ao pé da letra. Se errar uma só palavra, poderá cair em seu próprio sonho.
Eram muito perigosas, pensei entrando no vale.
– Preciso de casa, dinheiro, carro e disfarce. – falei fitando a margem do rio, parando em frente ao vale.
– De que disfarce precisa? – uma voz doce e aveludada, tão doce que fechei os olhos para não viciar; murmurou ,tomando conta do silêncio.
Balancei a cabeça.
– Estudante. – respondi.
– O que nos oferece? – ela perguntou.
– Flores. – sorri. Flores eram seu ponto fraco. Oferecendo flores a uma fada, você teria o que quisesse. Ficaria devendo uma ao Mestre.
Abri os olhos.
Ela era bem pequenina, a sua luz, tão forte que nos assustava. Não se via nada além de um feixe se movendo dentro da luz. Fechei os olhos. Aquilo doía.
– Flores? – ela sussurrou, agora em meu ouvido. Ela sorriu, pude ouvir o murmúrio de sua risada contida.
– Flores a uma fada. – sorri.
– Terá o que queres assim que passar pelo portal. – ela sussurrou sorrindo, depois de algum tempo.

Andei lentamente, pensando em seu rosto. De repente, me peguei sorrindo. O que estava acontecendo comigo? O que deu em mim? A verdade é que nem eu fazia ideia. Seu rosto era tão doce. Tão... Impossível de se esquecer, um segundo sequer.
– Conseguiu? – ele se levantou.
– Não sabia que flores seriam meu passe para a Terra. – disse sorrindo.
Ele sorriu em seguida.
– E agora? O que vai fazer? – ele me fitou de baixo.
– Estou pensando em tudo. Ainda faltam alguns detalhes... – parei franzindo o cenho.
– Que foi?
– Droga! – murmurei.
– O quê? – ele franziu o cenho.
Hesitei e balancei a cabeça.
– Não dará tempo! – parei. – Não vai dar tempo! – falei.
– Viu alguma coisa?
– Daqui a duas semanas... – parei pensando. – Ela vai entrar naquele bendito portal daqui a duas semanas! – levantei minha voz.
Adam arregalou os olhos.
– Não vai dar tempo. – ele repetiu.
– O que vou fazer agora? – fiz uma careta.
Pus as mãos na cabeça. Tudo foi por água abaixo.
– Calma! Tem que ter um jeito. – ele gesticulou.
– Adam, não tem jeito nenhum! – fiz uma careta. – Não posso fazer nada! Mais nada! – gesticulei fracassado. – Não posso me tornar um grande amigo daqui a duas semanas! Ela não confiaria em um cara que conheceu a uma semana! – ele franziu o cenho.
– Poderia falar com seu Mestre...
– Ele não pode mudar nada. – baixei a cabeça suspirando.
– Ainda pode descer. – ele murmurou.
O fitei, pensativo.
– Posso. – parei – E vou.

(N/A: ::soundtrack:: música 8) Taylor Swift – Back To December

***

– Ei! – alguém gritou atrás de mim.
– Espere, vai aonde com tanta pressa? – ele sorriu assim que me virou.
O fitei. Se chegasse a escola mais uma vez atrasada, seria suspensa de novo.
– Escola. – bufei.
– Pensei que... – ele parou, franzindo o cenho. – Você estava fugindo de mim. – ele completou, sussurrando.
Parei.
– Fugindo?– repeti.
– Não é nada, só que...
– Só que? – repeti nervosamente sem paciência.
Ele balançou a cabeça suspirando.
– Você não sabe o que falar não é? – ele me fitou. – Por isso está fugindo.
– Não estou fugindo.
– Jully, me diz o que fazer então, porque eu não sei. – ele me fitava, com uma cara cruelmente triste.
– Também não sei.
Ele se virou, andando de um lado pro outro.
– O que... – ele falou passando a língua nos lábios e parando.
Em um minuto, Deam estava a centímetros do meu rosto.
– Você achou daquele dia? –ele sussurrou, soprando gelado em minha pele.
– Ah... – gaguejei. – E-eu... – vacilei ao tentar falar.
Ele sorriu e antes que pudesse me beijar, pus a mão em seu rosto, procurando sua boca e a afastei o máximo que pude, afastando ele pra trás, ainda de olhos fechados.
Ele fechou a cara de um sorriso, para uma incredulidade sem expressão.
Ele baixou a cabeça e se afastou, deixando minha mão cair no vento.
– Acho que já sei a resposta. – ele murmurou, embargadamente saindo.




TODOS OS CRÉDITOS A FANFIC ADDICTION E À ESCRITORA JULIANA DUARTE.






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